sexta-feira, 13 de maio de 2011

Quadras sobre a fotografia.CLC

Ah! Fotografia. Mãe de minhas desgraça            
Que arrancas a face de minha singularidade.

Sou apenas um abismo de vaidade
Nesta imagem estúpida que me disfarças..

Cria diferenças,
Manipula sentimentos ,
Não transparece os sofrimentos
de quem passou por muitas desgraças.

Trapaça desalmada!
Consigna ao olhar frio e indulgente,
Transforma um rosto vívido de gente
Numa face amaldiçoada.

Causa semelhança e desavença,
retira da alma a casca grossa,
Que, ao mundo é exposta
À fina flor da aparência.

Não é como a tinta desta poesia,
Que dança aos versos a cada palavra.
O último recurso que me restava...
Então, o que mais te surpreenderia?

  Posto que aqui mostro minh'alma,
Sem temer o julgamento,
Prevendo todo o sofrimento
Que me tirará a calma.


Que conclusão afinal
Pode tirar dessa figura horrenda.
Esta "nojeira" estupenda
Feita, de maneira engenhosamente banal?

Que sou um ser de carne e osso?
Que as aparências enganam?
Que, nada sou para os que amam?

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